Marcus Preto:
Amar ou odiar A Banda Mais Bonita da Cidade?
MARCUS PRETO/
ILUSTRADA/FOLHA DE SÃO PAULO
Eles são fofos, fofos, fofos. E, justamente por isso, têm despertado, na mesma medida, reações de amor e de ódio nas redes sociais. Muitas reações. Postado no Youtube na última terça-feira (17) o clipe da música "Oração" conseguiu, em três dias, mais 400 mil visitas e fez de A Banda mais Bonita da Cidade - sim, esse é o nome da banda - um novo fenômeno espontâneo na internet. Ainda que o clipe dê a impressão de se tratar de um coletivo gigante, algo como uma Orquestra Imperial indie, a banda conta com apenas cinco integrantes. São de Curitiba e estão na ativa desde 2009. Já tinham colocado no ar outros dois clipes, "Canção para Não Voltar" e "A Boa Pessoa", mas nenhum chegou ao estrondo que "Oração" causa agora.
É fácil imaginar a razão desse sucesso. O vídeo de 6 minutos, filmado em plano-sequência, tem todos os ingredientes básicos do "ame ou odeie". Começa com um rapaz, cabisbaixo e melancólico, cantando uma letra de amor na janela. Termina em uma catártica festa hippie, cheio de amigos e amigas bonitinhos, de bermudas, vestidinhos floridos e margaridas nas mãos. A música sobe e todos dançam na sala.
Não é para amar? Não é para odiar?
O clima é exatamente o mesmo de bandas como a escocesa Belle & Sebastian - só que com dez anos de atraso -, em que a fofura é construída na base do violãozinho dedilhado, das flautas e dos banjos. "É, a gente adora Beirut mesmo", assumem na legenda do vídeo. Só são mais comportados, bonzinhos, daqueles moços que qualquer vovó gostaria de ver casados com suas netinhas.
Não é para amar? Não é para odiar?
Vão trazer o show para o Studio SP, em São Paulo, no dia 7 de junho. O nome do espetáculo é "Sem Querer, Deitei do Teu Lado Mais Frágil", que, além do hit "Oração", vai contar com, segundo afirmam, "composições variadas em estilos e em temáticas, apresentando a singeleza e a crueldade da contemporaneidade". O que isso significa? "A dualidade é sempre presente, não mostrando o certo e o errado, mas sim o muito e o pouco, a histeria e a calmaria, o som e o silêncio."
Entendeu?