“O Grito”,
de Edvard
Munch,
é Leiloado
em
Nova York
por
US$ 119,9
mi!
Uma das 4
versões da obra do artista norueguês foi arrematada por valor recorde na
Sotheby’s
NOVA YORK
- Uma versão do quadro O Grito, pintada pelo artista norueguês Edvard
Munch (1863-1944), foi vendida ontem à noite pela casa Sotheby’s, em Nova York,
por US$ 119,9 milhões, transformando-se no novo recorde de preço de uma obra
arrematada em leilão. Seu valor ultrapassou as marcas anteriores já alcançadas
nesse tipo de evento - o da pintura Nu, Folhas Verdes e Busto, de Pablo
Picasso, leiloada pela Christie’s por US$ 106,5 milhões em 2010; e o da
esculturaL’Homme Qui Marche I, de Alberto Giacometti, vendida por US$ 104, 3
milhões no mesmo ano.
O Grito, tela realizada em 1895 por Munch, era o lote de número 20 do leilão de
arte impressionista e moderna promovido pela Sotheby’s. Representava a grande
expectativa da noite e foi arrematada por comprador anônimo. Trata-se da única
versão da emblemática obra do artista norueguês que estava nas mãos de um
colecionador privado, o empresário norueguês Petter Olsen, cujo pai foi amigo e
mecenas do artista.
Em sua carreira, Munch realizou quatro versões de O Grito - pintadas
entre 1893 e 1910. A tela expressionista, símbolo da ansiedade humana, retrata
um homem gritando sobre uma ponte em meio a uma atmosfera de cores tortuosas e
fortes (com predominância do laranja, que forma as faixas do céu).
Simon Shaw, diretor da casa de leilões, afirmou que o quadro “define a
modernidade e é instantaneamente reconhecível porque corresponde a uma das
poucas imagens que transcendem a história da arte e que têm alcance global
comparado ao da Mona Lisa (de Da Vinci)”. A estimativa para O
Grito era, inicialmente, de US$ 80 milhões.
O leilão de ontem da Sotheby’s, nos EUA, ainda colocava à venda obras de Chaim
Soutine, Tamara de Lempicka, Constantin Brancusi e Alfred Sisley, entre outros
artistas. Além deO Grito, destaques do evento, com 76 lotes, também foram um retrato
de Dora Maar pintado por Picasso e vendido por US$ 29,2 milhões, e a obra Primavera
Necrofílica, de Salvador Dalí, que chegou a US$ 16,3 milhões.
A temporada de leilões de primavera nova iorquina começou, na verdade,
anteontem, com evento da outra prestigiada casa, Christie’s, que vendeu 28
lotes arrecadando cerca de US$ 117 milhões - apenas 3 obras não conseguiram
compradores na ocasião. Nesse dia, os destaques foram os arremates de uma
aquarela de Paul Cézanne (1839-1906), por US$ 19,12 milhões, e de uma
natureza-morta pintada em 1907 por Henri Matisse, que chegou a praticamente à
mesma cifra.
A obra de Cézanne, Um Jogador de Cartas, representa um esboço que o
pós-impressionista francês criou em meados de 1890 para a concepção de uma de
suas mais famosas telas, Jogadores de Carta. A peça pertencia à coleção
privada de um médico que vivia em Dallas, no Texas, e morreu em setembro. A
obra não era vista pelo público desde 1953. Foi arrematada por telefone, por
colecionador anônimo.
Entre os destaques da Christie’s, ainda, O Descanso, retrato de
Marie-Thérese Walter, amante de Picasso, pintado pelo artista em 1932, foi
vendido por US$ 9,88 milhões. O evento também apresentou uma seleção de outras
obras do espanhol, criadas em diferentes épocas e de distintos estilos. Como Femme
Assise, de 1953, uma tela geométrica representando uma mulher que faz lembrar
Françoise Gilot, outra das amantes de Picasso e mãe de dois de seus filhos.
Estima-se que a temporada de leilões de maio de Nova York atinjam a cifra de
US$ 1,5 bilhão em vendas.
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