Vik Muniz afirma que recorreu ao lixo por seu alto poder provocador!
Artista deu entrevista durante lançamento do documentário 'Lixo Extraordinário' em Portugal
O artista plástico Vik Muniz |
O artista brasileiro Vik Muniz, que na noite de terça-feira exibiu em Lisboa seu documentário Lixo Extraordinário, que este ano foi indicado ao Oscar, declarou que recorreu ao lixo em seu trabalho criativo por se tratar de "um elemento que ninguém quer ver" e que, por isso mesmo possui um "alto poder provocador".
Assim afirmou o artista (São Paulo, 1961), em entrevista à Agência Efe ao considerar "especial" e "paradigmática" a relação psicológica que o homem mantém com o lixo, orgânico ou inorgânico, que produz, e que sempre se sentiu atraído por criar imagens a partir do lixo.
O documentário Lixo Extraodinário narra a vida de vários catadores de lixo no Rio de Janeiro que mudou quando começaram a colaborar com os trabalhos realizados pelo artista plástico.
"O filme serve para mostrar o poder de transformação que a arte tem", diz o artista sobre o documentário de 90 minutos de duração, com vários personagens, entre eles Sebastião Carlos dos Santos, o Tião, que trabalha no Jardim Gramacho, um dos maiores do mundo.
"Tião mostra o catador de lixo não só como uma figura marginal que está em uma ocupação alternativa, mas como uma classe de trabalhador com potencial de organização", explica.
Por causa de sua colaboração com os trabalhos de Muniz, Tião ganhou visibilidade até se tornar em uma "figura central" do setor da reciclagem no Rio, onde se impulsionaram vários projetos ecológicos, assinala o artista brasileiro.
Lixo Extraordinário, dirigido por João Jardim, Lucy Walker e Karen Harley, mostra o processo de elaboração das obras de Muniz, cujas fotografias foram vendidas posteriormente em casas de leilão londrinas por milhares de euros.
EFE
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