OSWALDO
GOELDI
EM LONDRES
Uma galeria em Londres inaugura nesta quinta-feira uma exposição dedicada à obra do expoente do expressionismo no Brasil Oswaldo Goeldi (1895-1961).
Com 22 xilogravuras, a exposição, intitulada Oswaldo Goeldi: Cenas Urbanas revela, segundo os organizadores, uma 'visão subterrânea das cenas urbanas da cidade do Rio de Janeiro e pessoas anônimas' no século 20.
"Um mundo sombrio, assombrado e inesperado", diz o curador da mostra na Gallery 32, nas dependências da Embaixada Brasileira, Paulo Venâncio Filho, que descreve Goeldi como um "poeta da dor".
O contraste em preto e branco nas xilogravuras e a desolação que esses trabalhos evocam denotam uma imagem singular do Brasil, bem distante da imagem usual de país alegre, colorido e extrovertido.
A exposição - que se segue à criação de um núcleo especial dedicado ao trabalho de Goeldi na 29ª Bienal de São Paulo, em 2010 - celebra o artista no ano em que se completa o 50º aniversário de sua morte.
Nascido no Rio, Goeldi passou a infância em Belém, no Pará, antes de sua família se mudar para a Suíça.
Depois da morte de seu pai, o naturalista suíço Émil Goeldi, em 1917, Oswald se matriculou na Escola de Artes e Ofícios de Genebra, onde estudou por seis meses.
Nesta época ele teve contato com o artista plástico Alfred Kubin, ilustrador e expressionista austríaco.
Em 1919 o artista voltou ao Brasil, realizou sua primeira exposição e passou a entrar em contato com figuras proeminentes do Modernismo, como Manuel Bandeira e Di Cavalcanti.
Mais tarde, Goeldi começa a fazer ilustrações para revistas e livros como Canaã, de Graça Aranha, ou O Manque, de Benjamin Costallat. Em 1930 chegou a fazer um álbum com dez gravuras e prefácio de Manuel Bandeira.
Entre outras ilustrações famosas do artista para livros está a que fez para Ressurreição da Casa dos Mortos, e O Idiota, ambos de Dostoiévski e Carlinhos, de Villegas Lopes.
Em 1951, Goeldi participou da 1ª Bienal de São Paulo e ganha o 1º Prêmio da Gravura Nacional.
Durante sua vida, Goeldi fez várias exposições individuais no Brasil e em outros países.
Um ano antes de sua morte, o artista ilustra o livro 'Mar Morto', de Jorge Amado, e ganhou o primeiro prêmio internacional de gravura da 2ª Bienal Americana do México.
'Caminho Abandonado', 1930.
A exposição fica em cartaz até 13 de maio.