Artistas emprestam seu traço a objetos de tiragem limitada
O Estado de S. Paulo
Marcelo Lima / ESTILO
Marina Pauliquevis / REPORTAGEM
Zeca Wittner / FOTOS
Marina Pauliquevis / REPORTAGEM
Zeca Wittner / FOTOS
Zeca Wittner/AE |
De metal recortado a laser, a árvore desenhada
por Mario Cafiero faz sucesso na Fina Estampa
Foi há quase dez anos que a arquiteta Marina D’Andrea deixou de projetar espaços para se dedicar à difícil tarefa de disseminar o consumo de arte. Mas de uma forma menos convencional. "Minha ideia é deixar a arte mais acessível, usando a técnica industrial de produção", diz.
Com esse objetivo ela reuniu um time de artistas plásticos que hoje produzem peças utilitárias ou simplesmente decorativas, mantendo, de alguma forma, sua linguagem artística. "Não acredito só no recortar por recortar, tem de ter um conteúdo, uma história por trás do objeto", afirma Marina.
Assim, sua empresa, a Vd’sign, hoje produz apoios para livro, painéis para parede e flores de metal, por exemplo, com a assinatura de gente como Luiz Paulo Baravelli, Guto Lacaz, Paulo von Poser, entre outros. Para manter o caráter de objeto de arte, as peças são todas numeradas - com exceção dos apoios de livros. "Já fizemos tiragens maiores, mas a tendência é fazer no máximo 100 peças, com desenhos que se esgotem", diz Marina. E como ponto favorável indiscutível no trabalho de tentar levar trabalhos artísticos a um público maior está o preço. Os chamados múltiplos, objetos assinados e numerados, custam muito menos que uma peça única de um autor reconhecido.
Para quem possa negar o valor artístico dessas peças, Lacaz manda o recado: "É claro que há uma escala de valores, mas a arte está em quem vê". Mario Cafiero, que circula pelo mundo do design, indo do desenho gráfico à criação de móveis, acredita que a diferença entre objetos de arte e de design é tão tênue que fica difícil fazer uma classificação. "E por que uma obra de arte não pode ser também decorativa?"
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* Dos livros aos móveis
Designer gráfico, Mario Cafiero tem trabalhos marcantes na ilustração de livros, entre eles o clássico juvenil ‘O Escaravelho do Diabo’, de Lúcia Machado de Almeida, publicado pela Editora Ática nos anos 70. Versátil, atualmente desenvolve uma linha de móveis de acrílico, sem abandonar os desenhos para literatura infantil.
Saindo da rotina
Um dos ícones nacionais das artes plásticas nos anos 70, Luiz Paulo Baravelli encara como "brincadeira" a criação de peças de decoração. "É totalmente fora da minha linha de trabalho", diz ele, que tem se dedicado a pintar autorretratos. Para a Vd’sign, fez ainda um apoio de livros inclinado para separar volumes que estão sendo lidos ao mesmo tempo.
Personagens de casa
"Quase tudo que faço é para casa", diz Guto Lacaz sobre seus desenhos, pinturas, gravuras. Assim, não foi nenhum estranhamento para ele criar os personagens de metal recortados a laser que podem ser acomodados sobre móveis. "Eu já fazia recortes, de forma artesanal, mas cada peça saía um pouco diferente da outra. Com laser, elas saem idênticas."
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