CANNES:
AMÉM PARA MICHEL PICCOLI
CANNES:
AMÉM PARA
MICHEL PICCOLI
Enfim chegou um filme redondo do começo ao fim à competição pela Palma de Ouro: "Habemus Papam", de Nanni Moretti. Já está lançada a candidatura de seu protagonista, o francês Michel Piccoli, veteraníssimo intérprete na ativa desde os anos 1950, ao prêmio de melhor ator. Brad Pitt, que concorre com "A árvore da vida", e Sean Penn, competindo com "There must be the place", vão ter que suar para bater Piccoli, soberbo no papel de um papa recém eleito que surta no momento em que deve assumir seus votos com a sagrada escritura.
Moretti, presente em cena no papel de um psicanalista, não fez do filme uma aula de iconoclastia nem um pecado filmado. Fez apenas uma comédia competentérrima na missão de fazer rir estruturada em cima de uma pergunta: o que aconteceria se o eleito de Deus recusasse suas divina atribuição?
Polêmico na Itália, onde já está em cartaz, "Habemus Papam" tem um final surpreendente e corajoso responsável pelo incomôdo que vem causando em seu país. O incômodo aqui foi recebido com aplausos. Aplausos merecidos. Embora seja visualmente o longametragem mais careta entre os concorrentes à Palma de Ouro exibidos até agora, seu roteiro é uma aula de coerência. Só a sequência em que o psicólogo vivido por Moreti tenta analisar o papa Piccoli em meio aos olhares da alta cúpula do Vaticano já vale um lugar de honra entre os melhores momentos de Cannes neste ano recheado de medalhões da direção.
Circulou pela imprensa a premissa de que o filme teria como eixo dramático a convivência entre o papa e seu analista, mas esse mote foi apenas uma desculpa marqueteira de Moretti (ou de seus publicitários) para preservar o que o filme realmente é. Embora jamais perca o fio da graça, "Habemus Papam" é o duro relato de um ancião cheio de experiência de vida que no momento de encarar seu maior desafio precisa buscar no abrigo de sua solidão certezas que foram encobertas pela acomodação e pelo medo.
A maior beleza do longa de Moretti é jamais conceder qualquer refresco à redenção. Neste ponto, o cineasta não é nada católico.
Moretti, presente em cena no papel de um psicanalista, não fez do filme uma aula de iconoclastia nem um pecado filmado. Fez apenas uma comédia competentérrima na missão de fazer rir estruturada em cima de uma pergunta: o que aconteceria se o eleito de Deus recusasse suas divina atribuição?
Polêmico na Itália, onde já está em cartaz, "Habemus Papam" tem um final surpreendente e corajoso responsável pelo incomôdo que vem causando em seu país. O incômodo aqui foi recebido com aplausos. Aplausos merecidos. Embora seja visualmente o longametragem mais careta entre os concorrentes à Palma de Ouro exibidos até agora, seu roteiro é uma aula de coerência. Só a sequência em que o psicólogo vivido por Moreti tenta analisar o papa Piccoli em meio aos olhares da alta cúpula do Vaticano já vale um lugar de honra entre os melhores momentos de Cannes neste ano recheado de medalhões da direção.
Circulou pela imprensa a premissa de que o filme teria como eixo dramático a convivência entre o papa e seu analista, mas esse mote foi apenas uma desculpa marqueteira de Moretti (ou de seus publicitários) para preservar o que o filme realmente é. Embora jamais perca o fio da graça, "Habemus Papam" é o duro relato de um ancião cheio de experiência de vida que no momento de encarar seu maior desafio precisa buscar no abrigo de sua solidão certezas que foram encobertas pela acomodação e pelo medo.
A maior beleza do longa de Moretti é jamais conceder qualquer refresco à redenção. Neste ponto, o cineasta não é nada católico.
Assista ao teaser:
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