Capa da ÉPOCA
desta semana:
Reynaldo Gianecchini!
Aqui não tem muita dúvida, um belo retrato e um fotógrafo chamado JR Duran. A única recomendação era para que o Duran fizesse uma foto com aquele sorriso encantador do Gianecchini.
Trabalhar com Duran é um prazer e ainda muito divertido.
Certa vez estávamos fazendo um retrato da prefeita Marta Suplicy que disputava a reeleição à prefeitura de São Paulo de 2004.
Não sei qual era o problema dela, mas naquela manhã ela estava séria demais.
Vai saber quantos problemas ela ainda tinha que resolver na prefeitura?
Foi minha primeira impressão e logo vi que não seria fácil. Tinha acabado de falar para o Duran que eu precisava de uma foto com ela sorrindo para a capa.
A matéria era positiva e o título era: “Quem pode com ela?”.
Quando começou a seção de fotos a Martha não mostrava nem um pedacinho dos dentes. As fotos estavam ficando feias e sem graça. A única coisa que chamava atenção no fundo infinito do estúdio era aquela roupa vermelha que ela usa como se fosse um uniforme.
Em 2004 ainda não tinha máquina digital e para ver como estava ficando as fotos tinha que esperar a revelação de um Polaroid, que durava cerca de 1 minuto e meio. Em uma das vezes que o Duran veio me mostrar o terceiro Polaroid, eu disse:
Cara, não tá rendendo, o que a gente faz?
Ele disse: deixa comigo.
Foi até a prefeita que estava posicionada no fundo infinito e disse algo no ouvido dela.
A mulher mudou completamente, ficou sorridente e simpática e a cada click do Duran as fotos ficavam cada vez melhores. Olha, se não fosse a Martha Suplicy eu juraria que ele tinha prometido fazer umas fotos pra Playboy. Quando acabou o trabalho e a Marta Suplicy foi embora, perguntei o que ele tinha dito pra ela mudar tão radicalmente.
Duran respondeu assim: só disse pra ela que foto sorrindo dava mais voto.
Tem uma vez que fizemos a feiticeira (lembram?) nua só com uma cobra albina envolvendo seu corpo. Mas esta deixa para outra oportunidade.
Mas para a capa desta semana pedi pro Duran uma foto do Gianecchini sorrindo.
Aquele sorriso encantador que é a marca dele, o sorriso que representa alegria de viver. Era a maneira mais bacana para mostrar que ele estava livre do câncer depois de muita fé e superação.
Como ele mesmo disse: foi um renascimento.
Fonte:
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